domingo, 20 de novembro de 2011

20 de Novembro Comemoração do dia da Conciência Negra

" Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."
Nelson Mandela

Abayomis

No Brasil, Abayomis designa bonecas de pano artesanais, muito simples, confeccionadas a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, sempre negras, possibilitam o trabalho com a identidade afro-brasileira de negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero, integrando a memória cultural brasileira. A palavra abayomi tem origem incerta, iorubá, significando aquele que traz, felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso) O nome é comum na África do Sul.

Conta-nos a história Africana que os negros confeccionavam Abayomis como amuleto de proteção. Em viagens para o Brasil em direção a escravidão, as mulheres rasgavam a barra da saia e faziam Abayomis para as crianças brincarem.... E já aqui como escravos, reunião-se todos os dias na senzala e confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e Prosperidade

O trabalho com as ABAYOMIS valoriza a cultura afro contribuindo para o reconhecimento da identidade afro-brasileira estimulando a expressão criativa além de reaproveitar retalhos de tecidos.




O USO DAS MÁSCARAS

               A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações, como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos. 

A MÁSCARA NA ÁFRICA NEGRA 

                    Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças divinas. Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara durante o processo de manufatura. Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um enorme declínio nas últimas décadas. Entretanto, a manufatura e o emprego deste objetos continua sendo um aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos. Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito milenar. A máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos. Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim, sejam estas forças benéficas ou malignas.
             A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada. Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum. Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um espírito. A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao seu portador alguma espécie de poder. Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças invisíveis que atuam diretamente no controle social.

O SIMBOLISMO SAGRADO DAS MÁSCARAS AFRICANAS 

                  O significado das máscaras é muito difícil de ser compreendido pelos não-africanos, justamente porque nelas residem muitas fantasias, misticismo e magia que exprimem o modo de pensar de muitas sociedades tribais africanas.
Esses significados variam de um grupo étnico para outro, onde uma só máscara pode ter significados variados.
                 A máscara simboliza uma transformação mística; quem a veste incorpora o ser que ela representa.
Na região oeste da África, elas têm importantíssima função, por exemplo, nas festas de iniciação, aparições públicas de sociedades secretas, nos rituais de casamento, nascimento, morte e feitiçaria e nas celebrações das colheitas.
               Elas podem purificar, proteger ou assombrar, transmitindo mensagens dos espíritos para as pessoas e acompanham os homens na guerra, na caça e nos trabalhos no campo.
A função das máscaras juntamente com os trajes sagrados é fixar a atenção de todos na energia de um espírito.
               As máscaras sempre foram protagonistas indiscutíveis da arte africana.
              As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana. Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo em expressões da vontade criadora do africano.

Para saber mais: Mello, Luiz Gonzaga de. “Antropologia Cultural: iniciação, teoria e temas”. Harris, Marvin. “Antropologia Cultural”. Espina Barrio, Angel B. “Manual de Antropologia Cultural”.

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