Projeto Sacola Literária
1- Histórico do projeto
A leitura é a porta de acesso à informação pelo indivíduo, e, portanto deve ser uma tarefa compartilhada com a escola, com a família e com a sociedade em geral. Para isso, cada educador participará do processo de leiturização com emoções, respostas, soluções, experiências e prazer, dando possibilidades aos leitores de voar com a imaginação, criar e ter novas idéias. O acesso à leitura deverá levar a criança, o professor e os pais ao encontro de novas idéias; idéias que lhes dêem a possibilidade de se renovarem, de se informarem para construir conhecimentos ou de simplesmente desfrutarem de sua experiência frente a uma nova formação. Nesse sentido, o Projeto Sacola Literária apresenta-se como uma dessas possibilidades de acesso ao entretenimento, à imaginação, à informação e à construção de conhecimento.O projeto teve início a partir da observância do valor da leitura na vida dos nossos alunos, levando a conclusão do que lhes faltava era um estímulo maior para lerem com prazer e sendo a leitura um instrumento de integração social e de apoio a noção de cidadania. O projeto também aproxima as famílias dos alunos da leitura. O projeto abre caminho para outros tipos de leitura, como jornais e revistas. Amplia a visão de mundo e proporciona uma capacidade maior de fazer novas sínteses.
2- Objetivo Geral:
· Estimular nos alunos um processo de leitura permanente para estar continuamente atualizados frente aos desafios e perspectivas do mundo moderno/contemporâneo, ajudando - os a se tornarem sujeitos leitores e escritores.
3- Objetivos Específicos:
· Fomentar o hábito da leitura;
· Colaborar com a inserção do aluno no mundo letrado.
· Contribuir para a competência leitura e o desenvolvimento de múltiplas inteligências.
· Realizar seções de leitura e hora do conto;
· Promover intercâmbio culturas entre os leitores;
· Explorar as mensagens dos livros através de atividades.
· Entender que a leitura e a escrita desafiam nossa imaginação e
· possibilita nosso crescimento intelectual;
· Utilizar diferentes linguagens como meio para produzir, expressar e
comunicar suas idéias;
· Permitir a construção de pontos de vista de uma visão de mundo, e
atribuição de sentido;
· Favorecer o desenvolvimento de um pensamento abstrato, complexo e de natureza diferenciada daquele permitido pela linguagem oral;
· Propiciar uma relação criativa critica e libertadora com a escrita, mostrando-se como desafio para qualquer processo de democratização e mudança social coletiva.
· Incentivar a formação de leitores;
· Ampliar o vocabulário, as experiências de leitura com o grupo e
· individualmente;
· Incentivar o estudante a compreender e utilizar melhor as regras
· ortográficas da Língua Portuguesa;
· Oportunizar aos estudantes o acervo de inúmeras obras literárias de variados autores, buscando sempre, ampliar seus conhecimentos e suas capacidades criativas.
4- Descrição da Ação
Projeto composto de quatro sacolas contendo livros destinados aos estudantes das diferentes turmas que são lidos e trabalhados de diversas maneiras e semanalmente é levada a sala de aula levando consigo livros previamente selecionados pelos professores afim de se estimular o hábito e o gosto pela leitura produzindo cartas bilhetes e poesias e trabalhos manuais incentivando a leitura e o relacionamento, propiciando intercâmbio e diálogo sobre os livros.
5- Fundamentação Teórica
Partindo da compreensão de Educação como “processos formativos que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” e do entendimento que “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Art. 22, LDB 9.3494/96), é que foi feito esse projeto a fim de proporcionar a essa comunidade o livre acesso a toda e qualquer tipo de leitura. Todo essa perspectiva de trabalho remete ao sentido e significado do seu fazer: o primeiro é o de aprender, sendo a aprendizagem sempre intencional, mesmo quando lúdica, em seu processo há algumas perguntas importantes: - aprender o quê? – aprender como? – aprender para quê? Podemos dizer que aqui se encontra o núcleo do trabalho pedagógico, do qual participa o material a ser trabalhado, as condições de compreensão dos participantes, as interações e mediações pedagógicas, as aprendizagens e conhecimentos em processo de construção; o segundo é o sentido e o significado da própria aprendizagem: Aqui podemos perceber a perspectiva da superação da educação bancária incansavelmente criticada por FREIRE. E o que Freire questionava? – Que os conceitos e teorias não são entidades com razão de ser em si mesmas, e que, portanto, o conhecimento e as aprendizagens têm relação com o mundo em que vivemos; - Que ninguém é tão sábio a ponto de saber tudo, e ninguém é tão ignorante que não saiba nada, remetendo à relação pedagógica professor e aluno; - Que o processo da aprendizagem tem como ponto de partida a “leitura de mundo”, complementada e dialeticamente tencionada pela “leitura da palavra”.
A leitura é de fundamental importância na vida das pessoas, pois através dela é que se adquire novas idéias, e se obtém informações necessárias. A leitura contribui para o prazer pessoal e amplia os interesses do indivíduo. Todas essas conquistas podem levar a uma vida bem sucedida. Sabemos que
“ Essa tarefa mental se amplia num processo reflexivo à proporção que as idéias se ligam em unidades de pensamento cada vez maiores. O processo mental, no entanto, não consiste apenas na compreensão das idéias percebidas, mas também na interpretação e avaliação. Para todas as finalidades práticas, tais processos não podem separar-se um do outro; fundem-se no ato da leitura”
A leitura ajuda no desenvolvimento e na personalidade do indivíduo, e é um dos aspectos mais importantes para o aluno como ponto de partida para a aquisição de conhecimentos, meios de comunicação e socialização.
“O ensino da leitura deveria corresponder à percepção que conseguimos da natureza da leitura. Processo complexo, a leitura compreende várias fases de desenvolvimento. Antes de tudo, é um processo perceptivo durante o qual se reconhece símbolos. Em seguida, ocorre a transferência para conceitos intelectuais.”
Para abordarmos aspectos relativos ao ensino da leitura é importante sabermos o significado do ato de ler. Ler é um processo dinâmico e ativo implicando não só, a apreensão do significado do texto, mas a incorporação de nossa experiência e visão de mundo como leitor. A cada leitura essa interação dinâmica leitor/texto favorece a produção e a escrita de novo conhecimento e a expressão de uma linguagem diferenciada.
Ao conhecer o ato de ler como um processo dinâmico, naturalmente, está
priorizando a formação de um leitor crítico e criativo.
Ler é quase comentar um texto; é sublinhar, com a voz, as palavras essenciais... É ainda se colocar em harmonia com os sentimentos que o autor exprime, entregá-los e comunicá-los em torno de si: um sorriso, uma voz emocionada, olhos em que se pode ver lágrimas despontando, tudo isso é um comentário que dura longamente. Uma fisionomia fala tanto quanto a voz. (Bulletin Pédagogique du Pas-de Calais, 1907 apud: Chartier & Hébrard. p.261)
A leitura é um ato que, também, depende de estímulo e motivação. A prática da leitura é uma tarefa essencial para a construção do conhecimento e um deflagrador do sentimento e opinião crítica do indivíduo. Ao propor atividades de leitura a alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, devem levar em conta o gosto que os mesmos possuem pelo ato de ler. Fazer com que eles entendam que a leitura comparada ao cinema, ao rádio e a televisão, tem vantagens únicas. Em vez de precisar escolher dentre variedade limitada, posta a sua disposição por cortesia do patrocinador comercial, ou entre filmes disponíveis no momento, o leitor pode escolher dentre os melhores escritos do presente ou do passado.
Lê onde e quando mais lhe convém, no ritmo que mais lhe agrada, podendo apressar ou retardar a leitura, interrompe-la, reler ou parar para refletir, o seu bel-prazer. Lê o que , quando, onde e como bem entende. Essa flexibilidade garante o interesse contínuo pela leitura, tanto em relação à educação quanto ao entretenimento. GUEDES e SOUZA afirmam em seu artigo intitulado “Não apenas o texto, mas o dialogo em língua escrita é o conteúdo da aula de português”, que ‘ ler é produzir sentido: ensinar a ler é contextualizar textos: o leitor atribui ao texto que tem diante de si o sentido que lhe é acessível. Então conclui se que quanto mais acesso ao mundo da leitura, mas conhecimento os alunos estarão adquirindo e percebendo o quanto é bom ler e fácil escrever.
Na prática a que se observa é que a escola não vem desenvolvendo a leitura dentro da perspectiva mais ampla. Sendo função básica ela vem privilegiando a escrita em detrimento a leitura “de mundo” que a criança já faz e traz para a escola. E além de negligenciar a importância de interdependência entre essas duas leituras, ela vem em relação à leitura do escrito enfatizado somente o trabalho de adquirir os mecanismos básicos de grafia que lhe permite o acesso ao mundo escrito. BAMBERGER afirma que através da leitura favorece:
[...] a remoção das barreiras educacionais de que tanto se fala, concedendo oportunidades mais justas de educação principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem do exercício intelectual, e aumenta a possibilidade de normalização da situação pessoal do individuo.
A produção de texto está relacionada com a prática de leitura de cada um.
Quem lê produz e escreve mais.
6- Avaliação
Ao longo dos anos percebe-se a evolução do conceito de avaliação da aprendizagem, uma concepção tecnicista em que avaliar significava medir, atribuir nota, classificar, para uma concepção de avaliação crítica vista em um contexto sociopolítico-cultural.
A prática da avaliação se explicita por uma relação autoritária, conservadora, que coloca os alunos como objetos, apassivados. Esse exercício autoritário provém do poder que tem a avaliação e que permite ao professor manter a disciplina, o silêncio, a atenção dos alunos etc.
Acreditamos em uma avaliação que parta de uma concepção de apreensão de conhecimento nem estática, nem cumulativa, mas dinâmica, contraditória e criativa. O aluno é visto como sujeito do processo, ativo, que não só memoriza e reproduz conhecimentos, mas também os constrói.
De acordo com os PCNs (1998), a avaliação é parte importantíssima no processo educacional, que vai muito além da realidade tradicional, focalizando o próprio controle externo do aluno por meio de notas e também os conceitos que não poderíamos deixar de abordá-los.
“A avaliação, assim entendida, reforça sua natureza de ser inerente à ação, à ação intencional característica exclusiva do ser humano que deverá conduzi-lo progressivamente a constituir-se num sujeito autônomo, liberto para o conhecimento, um pensador livre, crítico, criativo e responsável perante o contexto sócio, econômico, político e cultural em que está inserido”. (2000: 179)
Portanto e de acordo com os PCNs (p.79):
“a função da avaliação é alimentar, sustentar e orientar a ação pedagógica e não apenas constatar um certo nível de conhecimento do aluno... torna- se deste modo uma atividade iluminada e alimentadora do processo do ensino, aprendizagem, uma vez que dá retorno ao professor sobre como melhorar a qualidade do ensino, possibilitando correções no percurso, e retorno ao aluno sobre seu próprio desenvolvimento”.
Após essa breve afirmação inserida nos PCNs, a avaliação ocorrerá através da efetuação do processo gradativo e contínuo, em que estaremos analisaremos possíveis falhas e oportunizando as correções necessárias, dessa forma, o aluno é participante ativo do processo de avaliação, em todos os seus momentos, também se auto-avaliando. Participação na avaliação é sinônimo de avaliação permanente. Aprender a avaliar-se e a criticar-se para melhorar é a contribuição central da participação para a avaliação.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL –LDB. Lei no.
9.394 de dezembro de 1996. MEC
MELLO JR, José.O livro Digital: Revista Editor, ano 2 - Nº 8 - Fevereiro /
Março 2000.
Disponível : http://www.ebookcult.com.br/ebookzine/leitura.htm> acesso em
26/11/2006
BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito de Leitura. 2ª Ed. São
Paulo – Editora Ática, 1986.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da Leitura Para a Leitura do mundo. Editora
Afiliada – São Paulo, 6ª Ed – 2001.
GUEDES, Paulo Coimbra. SOUZA, Jane Mari de. Ler e escrever
compromisso de todas as áreas. 8. ed. - Porto Alegre : Editora da UFRGS,
2007.